O texto trata de dois gêneros mortos, emblema e empresa, especificando os preceitos da invenção do corpo (a imagem) e da alma (o discurso) de ambos que são legíveis em obras de Andrea Alciato, Horapolo, Valeriano, Francesco Colonna, Paolo Giovio, Emanuele Tesauro e, principalmente, no “Prólogo” de Iconologia, de Cesare Ripa. Os tratadistas opõem seus gêneros, considerando que são os usos que determinam sua diferença. O emblema sempre é definido como figuração de noções de validade coletiva. Quanto à empresa, figura um propósito heróico particular. No emblema, o mote que encima a alma e o corpo indica que é documento moral de sentido deliberativo ou aconselhamento da ação futura. O emblema também figura casos heróicos, ajuizando-os judicialmente e louvando-os epiditicamente como ações exemplares a serem imitadas por todos. Quanto à empresa, seu uso é individual e aristocrático, devendo ser aguda e equívoca, com a brevidade que obscurece a qualidade do que é figurado. Logo, o emblema sem imagens pintadas permanece emblema, bastando a alma (discurso) para representar publicamente o que se pretende figurar (como ocorre na primeira edição de Emblemata, de Alciato), enquanto a empresa nunca pode dispensar a imagem, pois sem ela o mote fica sem argumento de semelhança.
Palabras clave:
emblema, empresa, mote, cuerpo, alma, res picta, alegoria
Hansen, J. A. (2013). Alguns preceitos da invenção e elocução metafóricas de emblemas e empresas. Revista Chilena De Literatura, (85). Recuperado a partir de https://actascoloquiogiannini.uchile.cl/index.php/RCL/article/view/30184
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